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Escrito por Hiro Arikawa, esse livro é mais do que uma história de um gato que viaja por ai.
A primeira impressão que tive ao achar esse livro em um sebo, foi que se trataria do dia a dia de um gato de rua, e eu não estava errada.
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De fato Nana, o protagonista e narrador dessa história é um gato nascido nas ruas. Mas como todo gato esperto, ele escolheu um humano para 'adotar.
Nana adorava ficar em baixo da Van de Satoru, e ao descobrir isso e ver que o felino se parecia muito com seu antigo gato. O moço o alimentava diariamente com petiscos e ao longo do tempo ao se afeiçoar com o gato e Nada se afeiçoar a ele passou a deixar ração e agua.
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Um dia Nana é atropelado, e Satoru o socorre, durante todo o período de recuperação Nana ficou no apartamento dele, mas planejava deixar a casa assim que estivesse bem.
O gato sempre foi 'de boas maneiras' e por isso Satoru nunca teve problemas com ele, tirando uma pomba ou outra que ele trazia para dentro de casa.
Satoru percebeu que o felino planejava ir em boa e decidiu dizer para ele que ele poderia ficar.
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A partir dai começa a jornada do gato viajante. Nana recebeu esse nome por causa do formato de sua calda torta, que lembra o número sete, nana em japonês.
Relatos de um gato viajante é mais do que a perspectiva do Nana, ele conta a história do Satoru, que é narrada durante a viagem que eles fazer.
Mas Satoru não decidiu simplesmente pegar o gato e sair por ai. Ele perdeu o emprego por motivos que prefiro não relevar (e ele no inicio também não) e por isso saiu reencontrando os amigos da época de escola e da faculdade, para ver se o Nada se adaptasse com alguns deles, porque ele não tinha mais condições de cuidar.
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Satoru atravessa o Japão praticamente em uma van prata e em cada visita aos amigos dele, Nana descobre lugares incríveis, o que para nós é uma coisa simples como ' um cavalo pastando no pasto' para Nana é um grade foco de interesse. O gato conhece de longe o monte Fuji, se encanta e assusta com o mar no colo do dono, ve o 'começo' de um arco íris e muito mais coisas 'extraordinárias' para um gato que só teve os telhados de Tokyo como vizinhança.
Nana descobre a vida de Satoru e das pessoas que conviveram com ele, pois em seus encontros depois de anos, eles relembravam o passado.
Essas fotos a baixo, são do filme, baseado no livro, mas pessoalmente acho que o Nana é mais parecido com o gato branco manchado de cima.
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Mas a autora faz isso com muita fluidez, não é uma conversa de duas pessoas do tipo: ''lembra daquilo, ou daquilo''. É uma narrativa sutil que te leva ao passado.
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E não em ordem, você conhece coisas que aconteceram na época de adolescência, na época da infância, na época da faculdade e tudo de repente se conecta.
E no fim, todos se sentam a mesa para recordar disso tudo e a sensação é plena que você também esta ali. Porque você mais do que todos conhece Satoru por completo e é a pessoa mais próxima de todos, mas não muito além do que o Nana é.
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